CICLO POROROCA
Não se entra duas vezes na mesma água
17h
Com a participação de Bernardo Vaz, Evgeny Landa e Nilo de Oliveira
Mediação: Fernanda Brescia
Quando você se aproxima do mar (e de um poeta), você busca a mesma impressão, e não uma nova -- uma repetição, e não uma continuação. Um poeta, assim como o mar, mesmo que você abra seu livro pela primeira vez, certamente vai re-ler, enquanto o rio corre ao longe, como Pushkin, e vai seguindo- mesmo que tenha nascido em suas margens, você sempre continua lendo. Esta é a diferença entre o tráfego marítimo amplo e o tráfego fluvial irreversível e longitudinal. A diferença entre estadia e passagem. Você ama o rio porque é sempre diferente, o mar porque é sempre igual. Se você quer algo novo, aloje-se perto do rio. Não é à toa que Heráclito, tendo dito: “Ninguém entra duas vezes no mesmo rio”, tomou como símbolo da corrente não o mar, que via diante de si todos os dias e conhecia, mas o rio.
O evento terá tradução simultânea de russo para português.
MÚSICA
Serguei Prokofiev (1891-1953)
-Sonata para flauta e piano op.94
- Moderato
- Scherzo: Presto
- Andante
- Allegro con brio
Franz Schubert (1797-1828):
-Introdução e Variações sobre o tema “Trockne Blume” D. 802
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
-Sonata op. 27/2 (Ao luar)
-Adagio sostenuto
-Allegretto
-Presto agitato
Georges Crumb (1929)
-Vox Balaenae
Músicos:
Cássia Lima, flauta
Elise Pittenger, cello
Cristian Budu, piano
Gustavo Carvalho, piano
20h30
Concerto IX
27 novembro a 6 dezembro 2020
SESI Centro Cultural Yves Alves
10h às 19h
Ficha técnica:
Concepção: Lucimélia Romão
Performer: Lucimélia Romão
Trilha Sonora: Matheus Correa e Lucimélia Romão
Produtora Executiva e Biológa: Liliane Crislaine
MIL LITROS DE PRETO: A MARÉ ESTÁ CHEIA
O primeiro tiro fere, o segundo tiro causa dificuldade de respirar e o terceiro mata! Então, para que serve o quarto? O quinto? O sexto? O sétimo? O oitavo? O nono? E o décimo tiro?
A maré está cheia. Cheia de balas. Cheia de corpos. Cheia de corpos negros atravessados pelas balas! Transborda dor, transborda morte. Transbordam lágrimas dos olhos das mães periféricas, aquelas mães que sabem que colocaram seus filhos no mundo para serem alvejados pelo estado e pela polícia racista brasileira. É nesse cenário estratégico de abandono que o estado mantém a população negra, em condições sub - humanas.
Um corpo. Mudo. Estarrecido. Crivado de dor e sangue. Sete litros. Sete litros de sangue que escoa de cada corpo, enquanto a vida se esvai, a cada 25 minutos, enchendo assim uma piscina de mil litros em cerca de 59 horas.
O genocídio da juventude preta é a política base do estado para com os negros brasileiros desde a escravidão. O extermínio é iminente. Tática de guerra travada contra um povo que nunca teve direito e condições de lutar de igual para igual. Matam-se crianças, adolescentes e jovens. Diminui-se a expectativa de vida. Estupram-se mulheres, crivam de balas seus filhos.
EXPOSIÇÃO | PERFORMANCE
CINEMA
FILMES DISPONÍVEIS
Confira os dias e horários de cada exibição
FICÇÃO
A despedida (Proschanie) | Larissa Shepitko / Elém Klimov
Deserto Azul | Eder Santos
Stalker | Andrei Tarkovski
Hotel Mekong | Apichatpong Weerasethakul
DOCUMENTÁRIOS
Filhas de lavadeiras | Edileuza Penha de Souza
A última volta do Xingu | Kamikia Kisedjê, Wallace Nogueira
Cidade submersa | Caetano Dias
A cura do rio | Mariana Fagundes
Água de plantar (Ciclo da Água – 4 episódios )
ANIMAÇÃO
A Sereia (Russalka) | Alexander Petrov
O velho e o mar (Starik e more) | Alexander Petrov
Os navios dos tempos passados (Korabli proshlikh liet) |
Yuri Bogusslavski